É isto mesmo: não quero que as instituições me paguem pela
aula.
Me paguem pelo antes e pelo depois da aula.
A preparação, esta sim, embora prazerosa, me dá trabalho.
As estratégias metodológicas que crio para cada turma e, o
mais importante, para cada situação de aula, estas consomem meu tempo.
Os exercícios e avaliações que elaboro, considerando o
perfil de cada turma e também cada momento avaliativo, estes sim consomem meu
tempo e me dão trabalho.
A correção dos exercícios e das avaliações, estes sim
consomem meu tempo também e me dão trabalho.
A avaliação por indicadores de aprendizagem, onde procuro
avaliar em cada instrumento de avaliação o que o aluno aprendeu ou não aprendeu
e que me permite dar recuperações diferenciadas em uma mesma turma, esta sim me
dá trabalho. Mas confesso, gosto muito também.
A aula em si? Por esta não precisa me pagar. Esta é a parte
mais gostosa da docência. Este momento com os alunos, onde posso experimentar
tudo o que foi preparado para eles, é onde me divirto mais e creio que eles
também.
Se eu recebesse por todo o resto, a aula não precisaria ser
paga. Mas como não recebo por todo o resto, aceito receber pela aula e tão
somente pela aula. Tanto que, da última vez que faltei a uma delas, mesmo
preparando toda uma aula especial que, em função da minha falta, poderia ser
complementada com minha próxima aula, tive meu ponto cortado.
Não me paguem pela aula, desde que considerem todo o resto.
E que resto!
2 comentários:
Caro amigo e professor Eli,
só mesmo em sala de aula para termos alguma alegria, porque fora da sala não há alegria alguma, muito menos salário.
Lindo e instigante texto.
Poderíamos fazer circulá-lo.
Abraços sempre!
Patrícia
Caro amigo e professor Eli,
só mesmo em sala de aula que somos um pouco felizes. Fora da sala de aula não temos felicidade alguma e o salário é uma miséria.
Ainda bem que ficamos felizes quando alguns alunos aprendem.
Abraços sempre,
Patrícia
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