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sábado, 30 de julho de 2016

Elaboração de trabalhos acadêmicos: normas, dicas e erros comuns

Reproduzo a seguir o início do capítulo 7 do meu novo livro - ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: normas, dicas e erros comuns.



O livro pode ser obtido no Sebo Bagagem Cultural
http://www.estantevirtual.com.br/sebobagagemcultural/Eli-Lopes-da-Silva-Elaboracao-de-Trabalhos-Academicos-Normas-Dicas-e-Erros-Comuns-267833905

www.estantevirtual.com.br/sebobagagemcultural


7.1 Planos epistemológico, teórico e técnico

Para Martins e Theóphilo (2009, p. 5) um “objeto de uma pesquisa pode surgir de circunstâncias pessoais ou profissionais, da experiência própria ou alheia”, dentre outras.
Minha experiência pessoal em docência na pós-graduação lato sensu, nos cursos que tenho trabalhado há sempre um roteiro com uma proposta de pesquisa. Nesses casos, em uma pós-graduação em Gestão de Pessoas, por exemplo, os alunos vão a uma empresa escolhida e fazem um diagnóstico de como são os processos de Gestão de Pessoas na organização pesquisada e apresentam, como resultado da pesquisa, uma análise do diagnóstico com uma proposta de gestão para a instituição.
Delimitar um problema de pesquisa como esse que acabei de exemplificar, assim como qualquer outro, requer que o pesquisador tenha consciência de suas limitações e dos limites do próprio objeto de pesquisa. Isso significa que o tema não deve ser tão abrangente que o pesquisador não consiga dar conta do objeto e nem tão delimitado que as respostas para o problema sejam óbvias e previsíveis antes mesmo da pesquisa.
Bruyne, Herman e Schoutheete (1991) consideram que, para assegurar a cientificidade da pesquisa, ela deve ser pensada como uma prática organizada em um espaço quadripolar: polos epistemológico, teórico, técnico e morfológico. De maneira resumida posso afirmar que os componentes de cada um dos quatro espaços, conforme proposto por Bruyne, Sherman e Schouteete (1991) são: no polo epistemológico estão a objetivação da pesquisa, a problemática e propósito; no polo teórico as hipóteses e construção dos conceitos; no polo técnico estão o método e a coleta de dados; no polo morfológico as regras de estruturação do trabalho científico.
Martins e Theóphilo (2009) utilizam esses autores como base e propõem seis polos: epistemológico, teórico, metodológico, técnica, formatação/edição e avaliação.  Não tratarei das especificadas desses seis polos, porque quero propor a formulação e execução de uma pesquisa sustentada por três planos: epistemológico, teórico e técnico.
Com base nesse pensamento e tomando como referência um recorte dos polos apresentados por Bruyne, Herman e Schouteete (1991), a Figura 23 revela a minha proposta.

Figura 23 – Os três planos da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor (2016)


Não confundir planos com capítulos
Os planos epistemológico, teórico e técnico não equivalem aos capítulos de um trabalho acadêmico.


Para Creswell (2010, p. 134) “na pesquisa em ciências sociais aplicadas, os problemas se originam de questões, dificuldades e práticas atuais”.