Em 2015 executamos na cidade de
Rio Sul, em parceria do Senac e Secretaria de Educação, o projeto Mídias
Digitais: anos finais do ensino fundamental.
O projeto culminou com a 1ª.
Mostra de Mídias Digitais (www.riodosuldigital.com.br),
na qual alunos apresentaram trabalhos e professores relatos de experiências.
A diferença desta 1ª. Mostra em
relação ao que comumente vemos em feiras, olimpíadas, concursos disto ou
daquilo, é que os trabalhos, em nosso caso, não foram desenvolvidos
exclusivamente para o evento, mas resultados do que ACONTECEU VERDADEIRAMENTE,
nas práticas com as mídias digitais, em contextos de ensino-aprendizagem.
Impossível falar de sucesso de
projeto sem citar as pessoas. Este é o propósito desta publicação neste blog.
Quatro pilares sustentaram o
projeto: a participação das diretoras e professores; a elaboração de uma base
teórica na ideia de rizoma de Deleuze e na Experiência de Aprendizagem Mediada
de Feuerstein; o esforço pessoal do pesquisador e a participação ativa do Senac
de Rio do Sul.
1º.) A PARTICIPAÇÃO DAS DIRETORAS E
PROFESSORES
As duas diretoras, tanto do CE
Pedro dos Santos (Marineusa), quanto do CE Roberto Machado (Cristiani), não
apenas apoiaram o projeto, como participaram ATIVAMENTE, com sugestões,
participação em reuniões de planejamento e de encaminhamentos, além do suporte
aos professores.
Os professores que foram afetados
pelo projeto também dedicaram mais que suas horas de atividade, pois muitas
vezes levaram atividades para casa, após as reuniões de planejamento.
A professora Klairy, de
Matemática, utilizou três mídias digitais em suas aulas: Calculadora do
Cidadão, Calculadora Microsoft e Geogebra. E ainda levou a professora de
Ciências para o laboratório para que os alunos jogassem o jogo da Tabela
Periódica. A seguir os links das publicações no blog sobre como foram as aulas
de Matemática.
Foram tantas aulas que não
pudemos estar presentes em todas para acompanhar. Vimos algumas. Ela fez três
publicações sobre seu trabalho com as Mídias Digitais do livro de Matemática:
duas na Feira Regional de Matemática, em Rio do Sul e uma terceira no IX
Simpósio Nacional de Educação, promovido pela PUC Minas, em Belo Horizonte.
A professora Cíntia, de Língua
Portuguesa, que estava no início do ano com um projeto de leitura em andamento,
transformou o projeto em vídeos. Em relação a outras mídias digitais, utilizou
webquest, um jogo de classes gramaticais e dois jogos do Desafio de Camões. A
seguir links de algumas aulas realizadas pela professora.
http://www.cepedrodossantos.blogspot.com.br/2015/11/aula-sobre-acordo-ortografico-com-dois.html
Tivemos um artigo aprovado para o congresso Hipertexto:
Tivemos um artigo aprovado para o congresso Hipertexto:
O professor Cleverton, de Artes,
utilizou um Objeto de Aprendizagem para aula sobre as escolas do Surrealismo,
Futurismo, Dadaísmo. Os alunos produziram nas aulas vídeos de situações
surreais. Outra produção foram as animações criadas em 2D. A seguir links de
algumas aulas do professor, publicadas nos dias em que ocorreram, assim como
aquelas dos outros professores.
http://www.cerobertomachado.blogspot.com.br/2015/06/25062015-artes-prof-cleverton-8o-ano.html
Também houve um artigo, resultado deste trabalho do professor Cleverton, aprovado no Hipertexto:
Também houve um artigo, resultado deste trabalho do professor Cleverton, aprovado no Hipertexto:
A professora Erivonete, de
Geografia, levou os alunos a investigarem os continentes Americano e Asiático.
Como produto das aulas, os alunos criaram vídeos e apresentações em slides com
mescla de vídeos, fotos e textos. Uma destas aulas foi no Senac.
O professor Alexandre, de
História, criou uma webquest sobre a Revolução Francesa (http://www.elilopes.pro.br/capte/index.php/area-do-aluno/189-2015-revolucao-francesa)
para que os alunos pudessem produzir, em 4 aulas, um trabalho sobre o tema.
A professora Natália, de Língua
Portuguesa, levou os alunos para o laboratório de informática para jogar
Desafio de Camões, o jogo sobre classes gramaticais. Assim como fez a
professora Cíntia, antes do jogo, foi realizada em aula uma revisão do tema.
Já na aula da professora Luciane,
de inglês, demos para os alunos uma oficina de Hot Potatoes, para que eles
pudessem usar esta mídia digital para criação de questões de inglês.
A professora Cristiane, de
Ciências, produziu com os alunos vídeos sobre gravidez na adolescência e DST.
Os alunos filmaram com seus celulares as situações que eles mesmos criaram e
que foram objetos de apresentação na 1ª. Mostra de Mídias Digitais.
2º.) BASE TEÓRICA
Como este
texto é um post do blog e não um
artigo científico ou algo do gênero, limitaremos a dizer que a proposta
apresentada às escolas para uso de Mídias Digitais, tinha, desde o início, uma
base teórica na ideia de rizoma de Gilles Deleuze e na Experiência de
Aprendizagem Mediada (EAM) de Reuven Feuerstein. Em meados de abril de 2015 foi
entregue a proposta teórica e as mediações que haviam ocorrido nos dois
primeiros meses (março/abril) para que ocorresse a banca de qualificação de
doutorado em maio de 2015. Foi o que ocorreu. Tanto a proposta teórica quanto o
objeto empírico estão hoje na tese que está sendo desenvolvida com o título
Labirinto Rizomático de Experiências com mídias digitais.
3º.) ESFORÇO PESSOAL NA PESQUISA
Para que fosse
possível executar o projeto, foram realizadas duas viagens por mês de
Florianópolis a Rio do Sul (20), via BR 101/470, que deu em média 10 mil km de
percurso (um mil por mês), 180 horas ao volante (4,5 horas x 2 x 20) e dezenas
de horas de trabalhos. Isto foi possível porque eu lecionava 3 disciplinas na
faculdade, pedi dispensa de 2 e fiquei com somente uma em 2015. Além disto, fechei
minha agenda de avaliações pelo MEC/INEP, deixando de fazer pelo menos duas por
mês para estar em Rio do Sul. E NÃO
TENHO A MENOR DÚVIDA QUE VALEU A PENA. EU FARIA TUDO DE NOVO, MAS CABE RELATAR
O ESFORÇO PESSOAL.
Foram 46
reuniões realizadas, todas registradas em Minutas de Reunião e encaminhadas
para os professores ou diretoras das que delas participaram. Cada minuta
deixava um dever de casa tanto para mim quanto para os professores envolvidos.
Claro que não conseguimos fazer absolutamente tudo que planejamos nestas
minutas, mas sim a grande maioria. Isto gerou um diário de campo com 223
páginas.
4º.) SENAC DE RIO DO SUL
Novamente é
hora de fazer justiça a quem trabalhou incansavelmente conosco neste projeto. A
Silvana Pamplona foi peça fundamental, participando de uma grande parte das reuniões
e, mais que isto, nos ajudando com todo o suporte de logística, de apoio às
escolas, de mediação entre nós e professores. Contamos também com o suporte
técnico do Cristiano do Senac e todo o pessoal administrativo, à medida que se
fazia necessário. Para que a 1ª. Mostra fosse possível, desde a funcionária de
cargo mais simples na instituição até a direção, todos realizaram alguma tarefa
para deixar a casa impecável para receber a visitação.
Para
finalizar, é preciso dizer que os relatos dos professores na 1ª. Mostra de
Mídias Digitais, na sessão de Relatos de Experiências, destacaram os seguintes
pontos:
Este projeto “Mídias
Digitais: anos finais do ensino fundamental” é diferenciado porque, ao
contrário de alguns projetos que não levam em conta a infraestrutura da escola,
o tempo dos professores e a realidade dos alunos, neste tudo isto foi
considerado.
Outro ponto
destacado por eles: o diferencial foi a mediação que ocorreu o tempo todo entre
o Senac e as escolas. Estivemos juntos, elaborando com eles as aulas com as
mídias digitais (o testemunho disto são as 46 minutas de reuniões realizadas) e
acompanhamos, mediando também, boa parte das aulas executadas. Os dois blogs
que criamos para relatar as experiências ocorridas e que não relatam tudo,
porque mostram somente as aulas que pudemos estar presentes com os professores,
dão ideia do que ocorreu:
O projeto não
previa participação obrigatória de nenhum professor. Poderia aderir quem quer
que fosse e poderia entrar no projeto em qualquer momento.