Não há mais separação entre a eletricidade biológica e a
eletricidade tecnológica.
Cada um pode se tornar criador, produtor, apresentador e
difusor de suas próprias mídias.
Uma sociedade de distribuição piramidal começou a sofrer as
consequências de uma sociedade de produção reticular.
A cibercultura é uma cultura que se desenvolve de uma forma
similar a novas formas de vida.
Comparado com outras inovações técnicas, o computador é uma
máquina semiótica. Uma máquina em que muitas linguagens se misturam.
Quando ligado às redes digitais permite que as pessoas
troquem todos os tipos de mensagens. Tenham acesso às informações públicas de
quem compartilha da rede.
Podem construir juntos mundos virtuais puramente lúdicos ou
mais sérios. Podem desenvolver projetos políticos, amizades, cooperações, sem
excluir aqueles que encontram neste ambiente um lugar propício para propagar o
ódio, porque, infelizmente, o homem está entre os anjos e as bestas e a maior
parte de nós está no meio do caminho.
Confundimos materialidade com aquilo que tocamos, mas as
luzes e bytes têm materialidade própria.
O ciberespaço e a cultura que ele gera não se limitam ao
computador.
A fonte fundamental da cibercultura está no
microprocessador.
Haverá, em muito pouco tempo, cem chips para cada pessoa.
Dentre as consequências da cibercultura, ela destacou duas
para a palestra: as redes sociais. A
segunda são as mudanças substanciais nas linguagens humanas.
No ciberespaço convivemos e discutimos.
Na mesma medida que as redes crescem, tornam-se também cada
vez mais efêmeras.
Nossas comunidades crescem em volatilidade, efemeridade e
fragilidades, na medida em que as redes se multiplicam.
Mais que prestar atenção nas mídias em si, é preciso prestar
atenção nos processos, nas linguagens.
Infelizmente para muitos a ideia de hipermídias ficou ligada
à ideia de programas de computador.
A hipermídia não se limita a programas e produtos, mas é uma
nova configuração das linguagens humanas.
O hipertexto é um texto que ao invés de se estruturar frase
a frase, é uma forma de comunicação que permite a composição de ponto a ponto.
É uma estrutura multilinear.
Ela está chamando de mistura complexa de linguagens de
“hiper-sintaxes” multimídia.
Em todas as linguagens existem as três matrizes principais
da linguagem: verbal, visual e sonora, com as mais diversas formas e
combinações.