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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Palestra da Lucia Santaella no 4o. Simpósio Hipertextos

Transcrevo abaixo o que consegui anotar na palestra da professora Lucia Santaella, no 4o. Simpósio Hipertextos, em 14 de novembro de 2012, na Universidade Federal de Pernambuco (UFBE), em Recife/PE.



Não há mais separação entre a eletricidade biológica e a eletricidade tecnológica.
Cada um pode se tornar criador, produtor, apresentador e difusor de suas próprias mídias.
Uma sociedade de distribuição piramidal começou a sofrer as consequências de uma sociedade de produção reticular.

A cibercultura é uma cultura que se desenvolve de uma forma similar a novas formas de vida.
Comparado com outras inovações técnicas, o computador é uma máquina semiótica. Uma máquina em que muitas linguagens se misturam.

Quando ligado às redes digitais permite que as pessoas troquem todos os tipos de mensagens. Tenham acesso às informações públicas de quem compartilha da rede.

Podem construir juntos mundos virtuais puramente lúdicos ou mais sérios. Podem desenvolver projetos políticos, amizades, cooperações, sem excluir aqueles que encontram neste ambiente um lugar propício para propagar o ódio, porque, infelizmente, o homem está entre os anjos e as bestas e a maior parte de nós está no meio do caminho.

Confundimos materialidade com aquilo que tocamos, mas as luzes e bytes têm materialidade própria.
O ciberespaço e a cultura que ele gera não se limitam ao computador.

A fonte fundamental da cibercultura está no microprocessador.
Haverá, em muito pouco tempo, cem chips para cada pessoa.

Dentre as consequências da cibercultura, ela destacou duas para a palestra: as redes sociais.  A segunda são as mudanças substanciais nas linguagens humanas.
No ciberespaço convivemos e discutimos.

Na mesma medida que as redes crescem, tornam-se também cada vez mais efêmeras.
Nossas comunidades crescem em volatilidade, efemeridade e fragilidades, na medida em que as redes se multiplicam.

Mais que prestar atenção nas mídias em si, é preciso prestar atenção nos processos, nas linguagens.
Infelizmente para muitos a ideia de hipermídias ficou ligada à ideia de programas de computador.
A hipermídia não se limita a programas e produtos, mas é uma nova configuração das linguagens humanas.

O hipertexto é um texto que ao invés de se estruturar frase a frase, é uma forma de comunicação que permite a composição de ponto a ponto. É uma estrutura multilinear.
Ela está chamando de mistura complexa de linguagens de “hiper-sintaxes” multimídia.
Em todas as linguagens existem as três matrizes principais da linguagem: verbal, visual e sonora, com as mais diversas formas e combinações.



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