Se algumas instituições de ensino valorizam e pagam todas as atividades que os professores fazem, sejam elas as aulas dadas, as orientações aos alunos, o acompanhamento de bolsistas em projetos de pesquisa e tudo mais, em contrapartida existem aquelas que pagam mal e porcamente pelo horário da aula dada e nada mais.
Estas últimas, já que só enxergam como atividade docente o momento da aula, são capazes de, em nome de uma economia de mercado, substituir professores experientes, que produzem pesquisas e são respeitados pelos alunos, por novatos caça-níqueis, que aceitam uma remuneração medíocre e se sujeitam a pobres controles de atividade.
É a pobreza de valorizar pelo horário. Como disse Michel Foucault:
"O horário: é uma velha herança. As comunidades monásticas haviam sem dúvida sugerido seu modelo estrito. Ele se difundiria rapidamente. Seus três grandes processos - estabelecer as cesuras, obrigar a ocupações determinadas, regulamentar os ciclos de repetição - muito cedo foram encontrados nos colégios, nas oficinais, nos hospitais." (FOUCAULT, 2011, p.144).
Referência
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 39.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.