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terça-feira, 29 de novembro de 2011

MICHEL THIOLLENT: leitura obrigatória para meus alunos – PARTE 2


Referência
THIOLLENT, Michel. Pesquisa-ação nas organizações. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

O Desenvolvimento da Pesquisa-ação

Thiollent (2009) destaca que às vezes a pesquisa-ação é pensada como forma um diagnóstico participativo. Ele lembra que ela nem sempre é reconhecida no meio acadêmico, mas, em comparação com a pesquisa tradicional, “a pesquisa-ação ganha força quando as instituições de pesquisa e seus modelos convencionais geram insatisfação” (THIOLLENT, 2009, p.21).

Como argumento em favor da pesquisa-ação, acrescenta-se o fato de que o padrão passivo de observação não é o único possível. Uma característica básica é que pressupõe a concepção de uma ação.

Desroche (1990) citado por Thiollent (2009, p.24) define a pesquisa-ação como “pesquisa na qual os autores de pesquisa e os atores sociais se encontram reciprocamente implicados: os atores na pesquisa e os autores na ação”.

Assim, os atores não são apenas objetos de investigação, pois eles participam da pesquisa. Para Thiollent (2009) ela não é simples observação participante, pois requer 3 aspectos: pesquisa SOBRE os sujeitos da pesquisa, PARA adoção de práticas (aplicação) e POR ou PELA ação. Portanto, a pesquisa-ação é também uma pesquisa aplicada. “No que diz respeito à implicação, duas características principais são distinguidas: a efetividade ou reciprocidade do relacionamento entre pesquisadores e atores e a clareza dos posicionamentos de cada parte no plano ético.” (THIOLLENT, 2009, p.25).

A pesquisa-ação requer planejamento participativo. O autor apresenta a pesquisa-ação também como uma proposta de pesquisa que pode ser aplicada para programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). Embora a maioria das pesquisas em QVT recorre a técnicas quantitativas, pode-se usar também técnicas qualitativas e, aí, há espaço para a pesquisa-ação.

Thiollent (2009, p.31) apresenta como questões fundamentais da pesquisa-ação nas organizações: adequar referencial teórico aos contextos organizacionais; criar condições para a interdisciplinaridade; estabelecer relações com partes interessadas, tais como usuários das organizações; equilibrar a dimensão crítica da pesquisa com o caráter instrumental.

A pesquisa-ação abre novos caminhos para a pesquisa social. O autor conclui o capítulo afirmando que conceber este tipo de pesquisa em organização envolve um investimento a médio e longo prazo.

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