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7.1 Planos epistemológico, teórico e técnico
Para Martins e Theóphilo (2009, p. 5) um “objeto de uma
pesquisa pode surgir de circunstâncias pessoais ou profissionais, da
experiência própria ou alheia”, dentre outras.
Minha experiência pessoal em docência na pós-graduação lato sensu, nos cursos que tenho
trabalhado há sempre um roteiro com uma proposta de pesquisa. Nesses casos, em
uma pós-graduação em Gestão de Pessoas, por exemplo, os alunos vão a uma
empresa escolhida e fazem um diagnóstico de como são os processos de Gestão de
Pessoas na organização pesquisada e apresentam, como resultado da pesquisa, uma
análise do diagnóstico com uma proposta de gestão para a instituição.
Delimitar um problema de pesquisa como esse que acabei de
exemplificar, assim como qualquer outro, requer que o pesquisador tenha
consciência de suas limitações e dos limites do próprio objeto de pesquisa.
Isso significa que o tema não deve ser tão abrangente que o pesquisador não
consiga dar conta do objeto e nem tão delimitado que as respostas para o
problema sejam óbvias e previsíveis antes mesmo da pesquisa.
Bruyne, Herman e Schoutheete (1991) consideram que, para
assegurar a cientificidade da pesquisa, ela deve ser pensada como uma prática
organizada em um espaço quadripolar: polos epistemológico, teórico, técnico e
morfológico. De maneira resumida posso afirmar que os componentes de cada um
dos quatro espaços, conforme proposto por Bruyne, Sherman e Schouteete (1991)
são: no polo epistemológico estão a objetivação da pesquisa, a problemática e
propósito; no polo teórico as hipóteses e construção dos conceitos; no polo
técnico estão o método e a coleta de dados; no polo morfológico as regras de
estruturação do trabalho científico.
Martins e Theóphilo (2009) utilizam esses autores como base
e propõem seis polos: epistemológico, teórico, metodológico, técnica,
formatação/edição e avaliação. Não
tratarei das especificadas desses seis polos, porque quero propor a formulação
e execução de uma pesquisa sustentada por três planos: epistemológico, teórico
e técnico.
Com base nesse pensamento e tomando como referência um
recorte dos polos apresentados por Bruyne, Herman e Schouteete (1991), a Figura
23 revela a minha proposta.
Figura
23 – Os três planos da pesquisa
Fonte:
Elaborado pelo autor (2016)
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Não confundir planos com capítulos
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Os planos epistemológico, teórico e técnico não equivalem
aos capítulos de um trabalho acadêmico.
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Para Creswell (2010, p. 134) “na pesquisa em ciências
sociais aplicadas, os problemas se originam de questões, dificuldades e
práticas atuais”.