Tenho visto alguns colegas com uma preocupação enorme em "passar o conteúdo". Como se para lecionar todo o resto pudesse ser esquecido: esqueça as estratégias pedagógicas, esqueça a construção coletiva do conhecimento, esqueça o aluno. Nesta lógica o importante é "passar o conteúdo".
Acho que precisamos levar em consideração a necessidade de adotar ações pedagógicas na qual há diálogo entre
professor e aluno. É preciso que o professor saia do seu pedestal de “dono do
conhecimento” e procure, ao invés de “dar aulas”, “construir aulas”, junto com os
alunos. Entretanto, é preciso uma preparação de campo para que isto ocorra,
para não correr o risco de parecer que o professor está matando aula, como
muitas vezes acontece quando o professor toma uma postura pedagógica inovadora,
que requer mais participação do aluno.
Tão importante quanto o conteúdo a ser trabahado são as estratégias pedagógicas criadas para que isto ocorra: considerar os conhecimentos prévios do aluno, sua forma de aprender, sua relação com a disciplina dada, seu tempo para fazer os exercícios e tantas outras questões.
Tanto aluno quanto professor clamam por uma escola mais
participativa, mas, muitas vezes quando o professor tenta chamar o aluno à participação, não há compromentimento por
parte do aluno. O que estamos chamando de preparação de campo é justamente uma
interlocução maior do professor com seus alunos para que a construção do
conhecimento aconteça coletivamente. É também o professor usar mais de seu tempo preparando estratégias didáticas que atendam àquele grupo de alunos com o qual trabalho que ficar pensando apenas em "passar conteúdo".
Portanto, romper com a escola tradicional significa, entre
outros fatores, adotar currículos mais flexíveis, permitir maior participação
dos alunos, envolver toda a comunidade acadêmica nos processos de ensino e
aprendizagem, criar ambientes de colaboração e cooperação.
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